sexta-feira, 4 de março de 2011

E aí surge conflito no espaço comum onde todos transitam

É possível que algum ingênuo, ha ha ha, em discurso, na plataforma política em busca de vil metal, arremete-se a dizer que é preciso ordem, pois já não se controla mais os insurgentes que pela rua estão a incomodar as pessoas de bem, transtornando o bem estar destes, que constroem patrimônio com a labuta da disposição e competência, e que os que surpreendem com a miséria não estão aptos a dinâmica da modernidade, um mundo competitivo próprio da inventividade humana. Mas não se esqueça seu Zé, que a sociedade é perfeitamente organizada por classe e de tendência excludente, então mando a ver, pois a causa do problema disparidade me parece outra.



OURO NA VITRINE

Todos correm atrás do ouro.
Que júbilo! Quando é anunciado,
que fulano, venceu está agraciado.
É tudo subir ao topo almejado.
É inacreditável ouvir...
Os campeões de arena sempre a repetir:
vencer e vencer!
Creio que eles pensam
que não vão sucumbir.
E por aí os pobres mortais,
longe do ouro, do pódio
com seus bocejos matinais...
Os sonhos são tão distantes
quase visões de cavaleiro andante,
e seguem humildes, vagamundos,
pela rua a passear
são pedintes  aqui e acolá.
Identificam o país na trilha do crime
bem sabem se não furtarem,
estarão fadados a ilusão da vitrine.
A paisagem urbana
não mata mais só de vergonha.
É tudo tão comum
todos transitam indiferente ao que acontece,
mas na ilusão do poeta
a vida se faz sentir na esperança
tão pequena e tão bela.
Ah! Quem inventou o consumo,
sem retórica, vamos em frente,
que para trás vem gente.
Quem inventou a grande cidade,
inventou também a favela.
Oh! Santo Deus!
Faz a vida valer uma transa,
não agüento mais somente drama.












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