sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MOBILIDADE ASTRAL

E vem vindo o grande bonde,
sempre circulou atemporal,
seguindo incessante indo longe,
dos infindos até a central.

Numa viagem concreta, imensa...
Além da imaginação...sem registro,
muita gente o tem em lenda,
mas está num ponto ínfimo, escuro,
antes do nada e depois do tudo,
cravado no DNA, obscuro.

Seguindo além do horizonte,
desmistificando o tempo, e o espaço,
sem ponte,
fazendo crer que além do céu, tem outro céu,
e depois deste céu, tem outro céu azul,
límpido tão blue.
Ah! acelera...
Flutua, navega.
E que passa por todas as crendices,
e outras "invencionices", e depois volta...
Volta sem asas e circula como velho bonde,
bem aos nossos pés,
fazendo crer nesta "vida velha",
que sua rota nunca tem fim,
está sempre começando,
se estreitando do real, ao incerto,
tão perto do teu olhar, tão belo.
Vai seguindo no eterno itinerário,
de evolução, sumário,
de sempre existir,
e que não dá mais pra desmentir...


sábado, 9 de novembro de 2013

PRAZER EM CONHECER

Como quem esconde a morte, doía.
Cantava minha tristeza em ária a parte,
falseando um doce soar, mas com arte,
sabendo que meu íntimo sofria.
Estava navegando e você chegou,
foi tudo combinado pelo telefone,
meu amigo perguntou teu nome,
mas eu estava mesmo ocupado,
bem longe, e você chegou,
prazer em conhecer, clareou.
O carro seguia, no labirinto da cidade,
e você disse: por cima, amenidade...
Não houve entendimento, fomos por baixo,
meio pelo acaso.
Chegamos ao paraíso dos casais,
fiquei atônito, vivendo o novo,
sem nada a mais...
Bateu o combinado, hora da troca,
fui deixar a metade ao amigo,
bati à porta, e claro atrapalhei,
mas houve consenso do nada,
como se valesse o inesperado.
E você me seguiu,
e assim tudo se abriu,
apesar de que a admiração...
Era pela banheira, ainda assim rolou amizade,
uma história entre eles, enfim... a mim antecedente,
ao grande fato de sentir,
que você foi tudo que sonhei.
Então não acordei,
mas cai na real, foi tudo...
Muito bom, diria...Astral.
Vida...Disfarçada em mundo de classes,
quase nada, para caminho perseguir,
me deixando à míngua a padecer.
E agora? Como devo viver?
Asas e voos podemos seguir...
Surpreendente é viver,
Então: prazer em conhecer.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

BLACKOUT

Quando morrer,
você não vai mais me ter,
se encerrará o sensual,
e nada mais fálico de mim para você.

Não penso só nisso,
penso também na luta,
por uma sociedade de direitos,
em que nos enfiamos,
meio a meio.

A ponte, o rio, o mangue,
a flor, o sol, a canção.
Me diga se depois de tudo...
Ainda haverá o que inventar?

A guerra nos empurra,
tantos são comandados,
tantos estão no laço,
um fio de liberdade,
para se ter uma chance...
Recomeçar o que nunca se teve.

Dinheiro nos cega,
boa comida, champagne,
roupa lavada, luxo que se paga,
enquanto isso se define:
credor e falido.

Dinheiro é gás,
falso encanto,
vai-se o tempo hora a hora,
champagne, caviar,
muitos na tua cola.

Quando morrer acaba-se a chance de ter,
e tudo se apaga,
segue-se um grande sonho,
sem lembranças, tudo se abafa,
mais nada.