domingo, 19 de janeiro de 2014

FUI

Estado de falência,
meu coração, sopapo, demência.
Minhas mãos frias buscando amparo,
corre uma ânsia pela razão, desamparo.
Minha pobre vida vai se findar,
o pensar ainda é esperançoso, relutar.
A dor se mistura ao medo,
para mim, já sei, estou chegando ao fim,
não há segredo.
O cérebro em última instância passa a fita,
lembrando você nos dias de agito,
a vida pegando na cabeça sem truque,
coração aberto ao instante que fica,
tempos bons, tempos ruins,
um pouco do riso que valeu,
vida de príncipe,
vida de artista,
vida de trabalhador,
e volta a dor...
Então, sofrimento,
a medida da crença.
Rezando, se arrependendo, alto avaliando:
tentando, buscando alto piedade,
admitindo que nessa hora,
desamor,
preconceito,
ganância,
egocentrismo,
competitividade,
é tudo o buraco da sordidez.
Estado de falência,
últimos instantes,
não dá mais,
a pressão subiu, a consciência desaba,
nem deu tempo de ver a vanguarda,
que tanto sonhei.
Ai! Nada mais! Bye, ui.
Fui!

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