sábado, 4 de junho de 2011

TRILOGIA

Então... Aprontei a edição de Versos e Canções que em breve deva estar publicada. Enquanto isso não acontece, apresento aos leitores do recanto a trilogia que fundamenta parte da obra: Capitalismo Fatal, Todo bicho tem um predador, Cidade e Indefesa.

CAPITALISMO FATAL

Você não vê?
O que está na tela da TV.
Você não se espanta?
Com tanta extravagância.
Você não percebe?
Tamanha ambição.
Será que não basta, desmedida poluição.
Você diz que acredita em Jesus,
mas por outro lado explora tanto da cruz.
Se diz filho de Deus
mas, só ama aos seus.
Conclama tanto o bem
e esquece de ajudar a quem tão pouco tem.
Às vezes é moralista e disciplinar
mas, ao mesmo tempo só quer o prazer de gozar.
Se diz conhecedor e tecnicista,
no entanto se torna hipócrita no seu mundo egoísta.
Quando está sendo criticado
recorre ao grande andor e diz que é purificado.
Quando está em crise,
toma de qualquer um para não ter deslize.
Enfim, quer ter o mundo nas mãos,
para dividir somente com o cão.



TODO BICHO TEM UM PREDADOR

Olha que eu vinha voado pensando na vida,
mas achando que estava sendo perseguido,
olhei para o lado pus a vista a secionar,
norte sul leste oeste dobrei pelo beco sem respirar,
querendo crer que nada passava de uma imaginação,
mas  que nada, a coisa começou a esquentar,
sentia  que havia um bicho no meu calcanhar.
Um homem de valor seja na idade da pedra,
seja na selva urbana, tem que estar resolvido,
então pensei rápido deve ser um mal entendido.
Quando virei o rosto a noventa graus,
dei de frente com um cidadão?
A margem um “vaganau”.
Ele disse que estava trabalhando no jeito,
que eu passasse o que era de direito.
Por que? Um janota quer estar na rua no seu território,
desfilando com o que é melhor da vitrine é compulsório,
está pensando que pode sacanear,
achando que nós aqui estamos mortos, a bobear,
“não esboça reação fica inerte calas!”
Eu nada mais pensava só apenas me entregava.
De repente o insurgente disse segue... Só,
antes que mude de idéia
senão te mando para outro lado,
é que gostei da caneta “estilosa”
e do papel  escrito que nota:
o mundo é um ingrato
apesar de estar nele com meu gato.
Se gostou de meu último escrito,
porque me humilhava a gritos,
não entendi nada apenas segui ...
Então agora já refletindo:
enquanto não houver gestão de igualdade
tudo vai ficar na dualidade,
sociedade de ricos, sociedade de desvalidos
me parece que é razoável se ainda sobrevivo.
Arre! Vou seguir de pressa meu caminho,
e chegar em meu habitat, sentir seguro no ninho.
Já em casa comecei a esbravejar,
pois compreendi que meus pertences já  não podia usar
veio o vizinho me conformar,
explicando que não adiantaria me mudar
porque o mundo está todo disposto
e que todos se acomodam a esse desgosto
e quer  se isolar na contra-mão esperando a revolução?
Ah! Enquanto aturdidos,
estamos todos...
No mesmo barco
desgovernado.

CIDADE INDEFESA
A comunicação está truncada,
cada um abraça sua segurança,
grade, muro, cerca elétrica,
constrói-se  assim a nova cela.
A marca da insensatez é vero,
não fere mais é só inferno
na via que transita a dor,
a dor de não saber,
saber que lá fora
a chuva, a inundação, nos iguala,
manos e manas só pelo drama,
e agora?
Se quer a mão solidária,
a que está além do muro...Indigente.
Aonde estás?
Com quem estás?
Como estás?
A comunicação está perdida,
não há proteção,
toda segurança não basta,
a cidade está à mercê de quem vive,
quase tudo inseguro,
cadê você?
Me dê notícia!
Entra pelo portão,
fazendo mesmo alarde
pois preciso de tua amizade.









Um comentário:

  1. É o nosso desprezível contexto, exposto de forma muito lúcida, poeta.
    Parabéns!
    Beijos.

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